sexta-feira, 29 de julho de 2011

Os "Eu é que sei!"


A internet abriu portas para novos mundos. Toda a gente pode dar as suas opiniões sobre os mais diversos assuntos e partilhar com o mundo. Criam-se movimentos acerca de tudo e mais alguma coisa.
Por um lado isto é óptimo, porque eu acredito e sempre acreditei, que o caminho para o desenvolvimento se faz através do conhecimento e do pensamento divergente. Por outro lado por vezes vêem-se para aí barbaridades escritas que até doem, barbaridades essas que me parece que muito boa gente defenda sem ponderar bem todos os lados da questão.
Se bem que, a minha própria classificação de “barbaridade” no fundo não é mais do que uma classificação dada por mais uma pessoa que contribui para esse chorrilho de opiniões…
Mas há uma coisa curiosa. O facto de por vezes as pessoas afirmarem a pés juntos que determinada coisa aconteceu ou acontece de determinada maneira, sem provas nenhumas disso, apenas porque viram um texto convincente a expor uma teoria. Obviamente que todos temos o direito e de certa forma o dever de ter opinião acerca dos mais variados assuntos, mas dai até afirmar com a maior das certezas que uma coisa acontece de determinada forma sem provas nenhumas disso parece-me um pouco arrogante.
Um bom exemplo disso, é o famoso caso da “Madeleine Mccann”. Sempre que surge uma notícia sobre o assunto há sempre comentários a dizer como é que as coisas se passaram. Ora, das duas uma, ou as pessoas que juram a pés juntos que as coisas se passaram de determinada forma são testemunhas do caso e têm provas do que aconteceu, ou então embora afirmem não o podem fazer porque não têm provas absolutamente nenhumas de que isso se passou dessa forma. Nesse caso, ficava-lhes muito bem começar o comentário por um “eu acho que…” porque no fundo não estão a fazer mais do que exprimir a opinião deles. É porque esse “eu acho que” não só iria dar um toque de humildade à questão, como também lhes poderia abrir a mente a outras possibilidade que estão sempre em cima da mesa. É que o único que dizem que sabe tudo é Deus e ainda ninguém conseguiu provar a sua existência.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A educação e as palmadas!

Vivemos numa sociedade em que toda a gente opina sobre os mais variados assuntos como se fosse profundo conhecedor de tudo. E assim, é usual, quando o assunto é a educação de crianças, ouvirem-se coisas como “o que falta ali são umas boas palmadas”. E pronto, está dito e resolvido. Uma criança revolta-se, começa aos gritos num supermercado ou num qualquer espaço público, insulta os pais, bate nos colegas na escola e a solução são umas boas palmadas. O resto não importa. Não importa que a criança nunca na vida tenha compreendido que deveria estar grata por ter tanto. Não importa que a criança não compreenda que os outros devam ser respeitados porque simplesmente sempre foi tratada como se ela fosse o centro do universo. Umas palmadas! Isso resolveria tudo. Curioso que tanta coisa tenha mudado na educação das crianças em alguns anos e que se consiga dizer que uma das únicas coisas boas que veio com essa mudança, o facto de se ter deixado de pensar que a agressão era solução para quase tudo, é aquilo que não deveria ter mudado! Mas, pensando bem, não me espanta assim tanto que numa sociedade que elegeu Salazar como “o maior português de sempre” se digam coisas destas.