quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Há trabalhos de mulher e há trabalhos de homem!


Tenho um grande amigo que diz constantemente que existem “trabalhos de mulher” e “trabalhos de homem”. Nesta classificação lavar a loiça por exemplo, é trabalho de mulher. Já trocar uma lâmpada será trabalho de homem. Cozinhar é trabalho de mulher e resolver problemas mecânicos é trabalho de homem.
Embora eu não tenho sido, pelo menos até este ponto da minha vida, a defensora dos direitos das mulheres mais entusiasta, confesso que este assunto me faz pensar um pouco. É que se por um lado ouvir a filosofia do meu colega dê vontade de rir, por outro lado também faz pensar. É que de facto estas teorias estão na cabeça de muito boa gente, por muito que as pessoas não ao admitam.
Isto por um lado deve-se a séculos e séculos de dominação masculina. Por outro lado deve-se a muitas mulheres que acham (porque as mães as ensinaram dessa forma) que as tarefas domésticas devem ser feitas por elas. Mesmo que trabalhem 8 horas ou mais por dia tal como os homens. Passou-se já algumas vezes o meu marido ter uma peça de roupa mais amarrotada e alguém me perguntar “Tu não lhe passas a roupa?”. (WTF? E ele não tem mãozinhas? Adiante…)
Outro factor que contribui para esta questão são obviamente os próprios homens (não generalizando porque felizmente não são todos iguais). Que têm plena consciência de tudo isto mas não dizem nada porque se as coisas continuarem como estão até correm bem! 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sorrir e acenar rapazes! Sorrir e acenar!



Trabalho num local onde o título que se atribui às pessoas vale ouro. As pessoas nem precisam mais de ser boas pessoas, de respeitar os outros, de ser inteligentes, esforçadas ou organizadas. Nada disso. Precisam apenas de em determinado momento da vida delas ter sido algumas dessas coisas e ter conseguido um título. O título!
Não importa que sejam arrogantes ou que aquilo de que verdadeiramente percebiam já nem seja assim tão válido. Têm um título e como tal, quando alguém se dirige a eles tem que fazer uso dele. E tratá-los por “Caro Sr. XX” ou por “Exmo. Sr. XX” é muito mau, e valha-me Deus, que cai o Carmo e a trindade. Que isso é tratar-me mal, porque eu costumava ser uma pessoa, mas agora deixei-me disso e sou Doutor!
Isto irrita-me profundamente de uma forma que eles nem conseguem imaginar. Só que eu tenho um segredo. Um segredo que uso sempre em situações como esta. Sorrir e acenar “à pinguim de Madagáscar”.
E acaba por ser bonito ver estas pessoas de peito cheio com cara de “gente grande” quando no fundo não valem metade daquele que pensam. E vê-los a todos a ser cínicos uns com os outros. A apontar os erros dos outros (quando estes não estão presentes). Ou a continuar a atirar pedras esquecendo-se que também eles têm telhados de vidro!  Porque isto de olhar para os outros é mais fácil do que olhar para nós. Até porque nós... temos um título!