quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Coisas que me deixam ligeiramente irritada – Take 2


Pessoas que marcam uma reunião com alguém após muitos “estou muito ocupado” e “só tenho mesmo esta hora”, “Ah e tal que eu sou muito importante e não gosto de esperar” que nos fazem mudar o nosso próprio horário e depois ou chegam estupidamente atrasados ou simplesmente não aparecem. 

Método GTD meus filhos! Organizem-se! 

A minha mãe usa uma expressão muito engraçada que se aplica muito bem aqui “Não queiras abraçar o mundo com as pernas”. 

O ser humano tem limites, o dia também, por isso, verifiquem bem se têm tempo para as coisas antes de se meterem nelas!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Gato herda 12 milhões de euros!


Ter-se um animal como melhor amigo é coisa de pessoas muito caridosas e muito entendedoras. Ele não nos critica, não nos desilude, não fica chateado com as nossas atitudes. Castigámo-los e passados 2 minutos lá vêm eles com o rabo a abanar e a ronronar. Só coisas boas. Basta dar-lhe de comer e fazer miminhos na cabeça. E pronto. Óptimo! O melhor amigo do mundo.  
Agora ter uma pessoa como melhor amigo, isso é muito fácil. É preciso ouvir, dar atenção, ouvir o que não gostamos, aprender a perdoar e a seguir em frente. É preciso pedir desculpa quando erramos. Não há “ração” nem mimo na cabeça que compre um amigo humano quando ele está magoado. Podemos tentar ir lá com miminhos mas por vezes é preciso mais do que isso. E por vezes vamos ser obrigados a ouvir que erramos e que não somos perfeitos. Que temos defeitos e que desiludimos pessoas! E pior podemos nós próprios ficar desiludidos. Mas isso é tudo muito fácil… o difícil é ser-se amigos dos animais!
Com tantas pessoas a morrer à fome no mundo, tantas pessoas desempregadas e a lutar todos os dias para ter o que por à mesa ou o que vestir, ser-se caridoso é dar a animais.
Ironia à parte, note-se que eu sou totalmente contra a violência contra animais ou contra pessoas que os abandonam. Mas não acho normal que por vezes as pessoas sejam tão caridosas com os animais e não sejam capazes de dar algo ao vizinho necessitado!
É preciso estabelecer prioridades neste mundo! 

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/insolito/gato-herda-12-milhoes-de-euros

Coisas que me deixam ligeiramente irritada



Encontrar um gráfico em que uma grande parte dos dados está traduzida na legenda como “outros”. Se os outros são uma parte tão representativa não valeria a pena analisar de uma forma mais profunda esses outros?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A entrevista da revista "Sábado"


Aqui há uns dias atrás correu pela internet um vídeo que mostrava um questionário feito pela revista Sábado a uns estudantes universitários.
Quando vi o vídeo a primeira vez admito que achei uma vergonha. No entanto, nos dias seguintes dei por mim a pensar naquilo. Apercebi-me que o vídeo caracterizava todos os estudantes como pessoas absolutamente incultas. E, tendo eu terminado o meu curso há apenas 2 anos, sei perfeitamente que esta caracterização não corresponde nem de perto nem de longe à verdade. Como em todos os sectores, há estudantes mais cultos e menos cultos. Mas não são todos um bando de ignorantes!
Mais tarde vi um vídeo colocado na internet pelo estudante que respondeu “Miguel Arcanjo” à pergunta “Quem pintou o tecto da capela Sistina?”. Neste novo vídeo o estudante apresenta a sua entrevista completa. E é aqui que as minhas suspeitas se confirmam. No vídeo publicado pela revista Sábado foram seleccionadas as piores respostas de cada aluno.
Assim sendo, como estamos (ainda) num pais onde existe liberdade de expressão, vou permitir-me a mim mesma debater este assunto.
Em primeiro lugar, duvido que muitas pessoas que publicaram o vídeo por essa internet fora saibam todas as respostas. Depois, a questão de determinada pessoa ter ou não cultura geral é sempre bastante ambígua. Porque dependendo dos assuntos porque cada um de nós se interessa e da área em que se formou a nível profissional é bem possível que saibamos muito de determinados assuntos e muito pouco de outros. Admito por exemplo que não percebo muito de cinema. Nunca foi algo que me interessasse. Não me considero uma ignorante por isso. É óbvio no entanto, que existem questões que devem ser ressalvadas e que admito que houve respostas que foram surpreendentemente más. Considero por exemplo que responder com o nome de um país à pergunta “Qual a capital dos Estados Unidos?” é grave.
Concluindo, dado que no vídeo foram colocadas apenas aproximadamente uma resposta por estudante, e dado que não vimos todas as entrevistas, o vídeo por si só não é suficiente para classificar a cultura geral de um estudante sequer quanto mais de todos.
Posto isto, pergunto-me então, porque é que os senhores do jornal Sábado fizeram aquela montagem, e porque é que ela foi partilhada por tanta gente neste nosso país?
A resposta, na minha opinião, é apenas uma. Muitas pessoas sentem-se bem e afirmar que os outros são maus. Principalmente quando sabem que isso é mentira. Muitas pessoas não se esforçam por ser boas, limitam-se a deitar os outros abaixo e isso vai chegando para acalmar a sua consciência. E os senhores que vendem revistas sabem isso muito bem e por isso que vão publicando coisas destas. Em Portugal no fundo há uma cultura do “é ele que está errado!”. E cada um aponta o dedo sem olhar para si mesmo e fazer um exame às suas próprias atitudes. E para ajudar à festa temos uma comunicação social mais interessada no lucro do que na veracidade da informação que transmite.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Revoltada!


Eu nasci num aldeia cujo nome dá vontade de rir. Todos os dias vi os meus pais a acordarem por volta das 5h da manhã ou mais cedo. Tudo porque acreditaram no “sonho português”. Acreditaram que se se esforçassem e trabalhassem muito iam conseguir pagar os estudos aos 3 filhos. E se os 3 filhos estudassem iam ser alguém na vida e nunca iriam ter que, tal como eles, começar a vida numa casa sem água canalizada e onde chovia. Acreditaram que se estudássemos nunca iríamos ter que acordar à mesma hora que eles, nem ter que pensar muito e esticar muito para poder ter comida na mesa.
Hoje olho para os meus pais e vejo-os cansados. E tenho pena. Porque passados todos estes anos eles continuam a acordar cedo. Por vezes às 3h ou às 4h. E eu sei porque o fazem. Fazem-no porque apesar de todo o esforço que fizeram, aquilo que têm pode não chegar ainda e porque eles sabem que no fundo, apesar dos esforços que fizeram os filhos podem ainda vir a precisar deles.
E nós, os 3 filhos, não concretizamos o sonho deles. Tiramos um curso sim. Mas não sabemos se iremos passar pelas mesmas dificuldades que eles. Não sabemos se vamos poder continuar por Portugal ou se vamos ter que emigrar para poder ter o que pôr na mesa dos nossos filhos.
Aqui há dias houve um segredo aqui em que um politico disse que visitava o blog todos os dias. Pois ele devia mostrar o shiuuu a todos os políticos. Para eles verem os vários segredos que por aqui passaram de pessoas a dizer que passam fome. Para eles verem que o povo está pobre.
Dizem que o problema é que o povo estava habituado a viver acima da média. Isso é uma das mentiras que mais me revolta! Não foi por o povo viver acima da média que ficamos com o défice que ficamos. Não foi por o povo viver acima da média que precisamos de pedir ajuda à Troika. Nem todo o povo vivia acima da média nem foi esse o motivo que nos levou a esta situação. Não. Precisamos de ajuda e estamos na “cauda da Europa” porque quem nos governa não são os meus pais. Não são pessoas que sabem o que custa vencer na vida. São pessoas que apesar de adultas não passam de mimados que cresceram à custa dos conhecimentos e das “cunhas”. Pessoas a quem o nome com que assinam lhes chegou para vencer.
Quando andei na primária e me ensinaram sobre a formação de Portugal e sobre os descobrimentos e sobre o 25 de Abril eu aprendi a amar o meu país. O que não me disseram foi que quem fez o 25 de Abril não foi que se sentou na cadeira do poder depois dele. O que não me disseram foi que quem nos governa são uma cambada de interesseiros que só querem aumentar a conta deles independentemente daquilo que o povo esteja a passar. Que são uns, e desculpem-me o palavreado, “merdosos” que não têm a coragem para acabar com as imensas regalias a que têm direito porque outros como eles disseram que sim. Que não podem morar numa casa modesta porque são uns “Senhores” e como tal têm que ter empregadas e seguranças e roupa que vale mais do que 2 ou 3 salários juntos de muitos portugueses! Vestem-se, alimentam-se e deitam-se na cama que os portugueses pagam! Os mesmos portugueses que não têm dinheiro para pagar por coisas tão básicas como a saúde e a educação.
E o que mais me deixa revoltada é o saber que tal como aquele segredo dizia nós não sabemos quase nada… Vamos descobrindo aos poucos os salários absurdos que por aí andam. Vamos descobrindo que aqueles senhores que nos representam têm salários e ajudas de custo e pensões  que se somam umas ás outras e todas elas gigantescas. E acredito que o pior não são os salários… o pior são os valores que não vêm no diário da república e aos quais nunca vamos ter acesso! O pior é que o senhor politico tinha razão. Nós não sabemos quase nada. Sabemos que temos que pagar os nossos impostos, que vamos ficar sem subsídios ou trabalhar mais tempo por dia. Sabemos que se tivermos uma série de doenças graves não vai haver ajudas para ninguém e que ou temos dinheiro ou morremos com elas porque o sistema de saúde público não nos trata a tempo. Agora não sabemos porque é que o povo que não tem culpa da crise está a pagar por ela e aos verdadeiros responsáveis ninguém os julga. Isso não sabemos nem compreendemos!